quarta-feira, 20 de junho de 2012

O DESESPERO DOS CONDENADOS Abrahão Pedro Ilha Comprida


O DESESPERO DOS CONDENADOS

A Lei da Ficha Limpa, em sua primeira eleição de vigência, vem causando estragos, transtornos e verdadeiro desespero nas pessoas que devem à justiça e pretendem ser candidatos.
É verdade também que está tirando das eleições, limpando nosso cenário político, muita gente que não tem nenhuma condição de gerir a coisa pública, em função de condenações que carregam.
É preciso esclarecer que está existindo grande confusão com a Lei da Ficha Limpa porque várias pessoas aparecem dizendo que viram a notícia que a Lei da ficha Limpa caiu.
O que o Congresso Nacional não aprovou foi um segundo estágio desta lei que tem por objetivo ampliar sua abrangência, incluindo dentre os inelegíveis ocupantes de cargos públicos com contas rejeitadas.
A lei original, que torna inelegível o cidadão que tem condenação por um colegiado de magistrados (mais de um juiz), que foi aprovada pelo Congresso Nacional, que teve sua constitucionalidade questionada junto ao Supremo Tribunal Federal, que foi votada e considerada absolutamente constitucional por aquele Tribunal, está em plena vigência e é inquestionável, valendo plenamente, sim, felizmente.
Algumas pessoas vem tentando confundir a opinião pública dizendo que a lei não está valendo mas, creia meu amigo, que a Lei da Ficha Limpa está em pleno vigor e vai tirar das eleições todo e qualquer cidadão que tiver condenação por um colegiado de magistrados.
A tradição de impunidade que existe em nosso país faz com que muitos condenados não acreditem que serão tirados das eleições e, no desespero, procuram todos os meios, para se safarem de um problema que, creiam, não tem saída. Estão inelegíveis mesmo !!!
São pessoas, geralmente políticos, que sempre agiram ao arrepio da lei, sempre postergaram suas obrigações legais acreditando que jamais seriam ou serão punidos. A estes, quero dizer que todo processo judicial da Justiça brasileira, que é lenta, pode ser postergado, postergado, postergado e mais ainda postergado e postergado e postergado mas, um dia acaba e a sentença vem e junto com ela, o inconformismo do condenado.
Este é o quadro que vemos em quase todos os municípios de nosso país, neste momento.
A nós, nos resta observar e analisar:
Nosso poder, aquilo que temos de muito valioso, é o nosso voto.
Se dedicarmos esforço e tempo para colaborar na eleição de pessoas condenadas, ainda que protegidas por recursos temporários, corremos o risco do recurso ser cassado, a pessoa ter que se retirar do processo eleitoral e nosso tempo e esforços terão sido perdidos.
Se votarmos em uma pessoa nestas condições, com o registro da candidatura sob liminar, ainda que tenha a maioria de votos, não será considerada eleita e não tomará posse.
Então, para darmos a nossa colaboração, para entregarmos nosso voto, precisamos conhecer muito bem em quem estamos confiando para nos representar seja no poder executivo como no poder legislativo.