sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A Estação Rodoviária de Ilha Comprida



A Estação Rodoviária de Ilha Comprida

Obra de Ilha Comprida iniciada nos idos de 2003/2004, portanto há praticamente dez anos, objeto do processo judicial 479/2009 da 1ª.Vara Cível da Comarca de Iguape, Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.

Não vou dizer que esta obra é um monumento ao descaso e à malversação dos recursos públicos porque isso é lugar comum, é a voz do povo....

Não vou dizer que esta obra é motivo de chacota para nossa cidade quando os administradores, tentando abusar da inteligência da população, querem fazer crer que sua reconstrução teve custo zero para o município, porque isso é lugar comum, é a voz do povo...

Não vou dizer que o dinheiro enterrado nesta obra ao longo de dez anos, sem funcionar, teria sido mais útil melhorando o atendimento médico, o fornecimento de remédios, melhorando as condições de trabalho dos professores e muito mais, porque isso é lugar comum, é a voz do povo...

Não vou dizer do menosprezo à inteligência de nosso povo, ao se tentar culpar os autores da ação judicial, e não os infratores, pelas conseqüências de seus atos, autores que deram conhecimento ao ministério público e ao judiciário das irregularidades que então lá aconteciam. Que o judiciário acatou as denúncias porque com fundamento e que por isso a obra foi paralisada judicialmente. Disso não falarei, porque isso é lugar comum, é a voz do povo...

Quero, entretanto, fazer algumas observações de detalhes técnicos, como segue:
A estrutura da Rodoviária foi desmanchada, ficando apenas as colunas e na sua reconstrução as tesouras que sustentam o telhado tiveram sua quantidade dobrada visto que foi colocada uma ao lado da outra, ou seja, onde tinha uma tesoura passou a ter duas. Isto, sem se redimensionar as colunas.
Assim, o peso da estrutura aumentou extremamente, aumentando a suscetibilidade das colunas esbeltas ao fenômeno da flambagem. Para o leigo, quero explicar que o fenômeno da flambagem é análogo a quando colocamos uma régua, dessas de plástico de 30cm, na posição vertical e com as mão pressionamos em cima e em baixo. Todos sabemos que a régua se curva e isto é o fenômeno da flambagem.
Isto acontece também nas colunas esbeltas aumentando consideravelmente os esforços a que elas ficam submetidas, dependo das proporções, podendo chegar ao ponto da ruptura.

Clique para ver imagem da ilustração e detalhes técnicos para quem tiver interesse:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Flambagem

Outrossim, travessas colocadas na estrutura com o objetivo de diminuir o vão das tesouras fazem com que as colunas fiquem sujeitas, além do esforço vertical, a esforço transversal que colabora com o aumento à suscetibilidade à flambagem.

Ainda, o aumento considerável da carga na parte de cima da estrutura, faz subir o centro de gravidade do conjunto, aumentando o comprimento da onda do movimento pendular em função dos ventos e do movimento de rotação da terra, o que faz crescer consideravelmente os esforços nos pés dos pilares, esbeltos para os pesos que estão suportando.

Além disso, tal transformação estrutural, o deslocamento para cima do centro de gravidade, diminui a freqüência de ressonância do conjunto tornando mais fácil a coincidência com os valores de freqüência dos ventos aumentando a suscetibilidade do conjunto estrutural ao fenômeno da ressonância, que tem trazido sérios problemas a grandes estruturas, inclusive de concreto armado.
Para ilustrar o que significa isso, quando se balança uma pessoa num balanço comum, esses de parquinho e se dá uma “empurradinha” a mais bem na hora que o balanço começaria a descer, a intensidade do balanço aumenta cada vez mais, por menor que seja o esforço de empurrar. Essa coincidência do momento de empurrar com o momento em que o balanço começa a descer, repetidas vezes, é o que se chama de ressonância.

Clique se quiser saber um pouco mais sobre a ressonância: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Ondas/ressonancia.php

Em termos de Arquitetura não falarei sobre o design porque é questão extremamente pessoal e subjetiva. Devo entretanto dizer que a cobertura foi feita com mão de obra muito competente, com alinhamento milimétrico e inquestionável. Em termos de eficiência da arquitetura, devo dizer que chove dentro quase tanto quanto fora em função da falta de proteção dos ventos.

Em função do que aqui foi apresentado, entendo que a Rodoviária de Ilha Comprida não deve ser disponibilizada para uso da população sem que haja um laudo feito por instituição tecnicamente competente e idônea que ateste que a estrutura não está sujeita a tais fenômenos a ponto de risco de desastre.

Outrossim, faço votos de que a Rodoviária, se e quando colocada em funcionamento, funcione efetivamente e seja um equipamento que sirva a população de Ilha Comprida, que traga mais conforto, dignidade e que colabore com a eficiência do transporte em nossa cidade.

Abrahão Pedro
Presidente do DM PT Ilha Comprida
Por profissão é Engenheiro Civil e Corretor de Imóveis.
Por paixão e por compromisso é amante da Teologia e da Filosofia
e pregador da Palavra do Grande Mestre Jesus Cristo.



domingo, 5 de janeiro de 2014

Em SP são 513 municípios atendidos pela Saúde da Família





Em SP são 513 municípios atendidos pela Saúde da Família

Se o governo Alckmin integrasse o programa federal poderiam ser criadas mais equipes da ESF

A principal estratégia do governo federal de atendimento básico é realizada pela Equipe de Saúde da Família – ESF, que são formadas por médicos, enfermeiros e agentes comunitários da saúde.
Elas desenvolvem ações de promoção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento, recuperação e reabilitação de doenças.
Atualmente, no Estado de São Paulo já são 513 municípios atendidos pelas ESF, num total de 3.885 equipes custeadas pelo governo federal.
Entre 2002 e 2012 houve um aumento de 91% nessas equipes.
O repasse de verbas da União totalizou R$ 324 milhões somente no ano passado.
No entanto, todo este investimento ainda não é suficiente para suprir um vácuo no que diz respeito à efetiva implantação da estratégia de Saúde da Família em São Paulo.
Para cobrir 100% da população do Estado seriam necessárias 17.335 equipes.
Se o governo do Estado integrasse o programa, repassando recursos, poderiam ser criadas mais equipes e ter aumentada a cobertura do número de pessoas atendidas, que hoje é de cerca de um terço (31%) da população paulista.

Fonte: Publicação Especial da Liderança da Bancada do PT na Assembléia Legislativa de SP e Diretório Estadual do PT-SP-agosto/2013-pg.10.