sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Justiça de DEUS e a Justiça do Homem - Abrahão Pedro - Ilha Comprida

A Justiça de DEUS e a Justiça do Homem

A Justiça Divina, a justiça do Pai, aquele que faz voltar ao nada os príncipes e torna cousa vã os juizes da terra, é aquela que acusa, julga e condena ou absolve o homem baseada em um texto legal tácito para cada indivíduo, levando em consideração as peculiaridades de cada um e a mais absoluta relatividade de todas as cousas deste mundo.

A Justiça dos homens é aquela que pretende julgar todos os homens à luz de um mesmo texto legal entendendo isto ser provedor da igualdade e da justiça, não se dando conta de que existem pessoas com condições de vida muito diferentes umas das outras, pessoas que nasceram nas ruas e que não tem o menor conceito de família, de afetividade, meninas que são estupradas pelos próprios pais e coisas desta natureza que nos dizem que existem pessoas que estão absolutamente fora dos conceitos de moral, de caráter e de vida que motivam os homens que fazem as leis que amanhã ou depois irão condenar estas pessoas que não têm o menor entendimento para tal.

A Justiça Divina acusa, julga e condena o homem, através de sua consciência porque é por ela que o homem ouve a palavra de Deus.
E por isso, a Justiça Divina é implacável.
O homem condenado por sua própria consciência, não tem defesa.
Não tem função qualquer argumento mentiroso e a condenação é a perda da paz do espírito.
É a pior de todas as penas.
O homem que perde a Paz é inutilizado, não consegue o contato consigo mesmo e em função disto perde sua própria identidade até o ponto de não se reconhecer mais, até o ponto de não ter condição de se definir, de não saber se ele próprio gosta ou não gosta desta ou daquela coisa, sem definição do porque faz isto ou aquilo e daí sua mais absoluta intranqüilidade.

A Justiça dos homens, caro leitor, é tida pela humanidade com a grande promotora da igualdade.
A justiça dos homens tem como símbolo a balança em equilíbrio, para representar a igualdade e uma mulher com os olhos vendados para dizer que não enxerga as condições do indivíduo porque elas não tem interferência nos julgamentos que são feitos exclusivamente à luz da lei.
Na prática, a justiça dos homens tem nos mostrado ser uma grande fábrica de condenar inocentes e de inocentar culpados.

O homem só pode se livrar da condenação da Justiça Divina através do arrependimento.
Só o arrependimento liberta completamente o homem de toda condenação de consciência, de toda condenação divina.
Creiam, meus irmãos, que é muito grande a festa nos céus por um pecador arrependido, maior até do que por aquele que nunca pecou porque o arrependimento representa vitória de Cristo que há 2000 anos veio para modificar a lei de Moisés, trazendo esta possibilidade, a do perdão e do arrependimento e por isso pagou caro pois teve de entregar seu corpo de homem para morrer na cruz.

Com a devida vênia dos senhores causídicos, porque não me refiro à profissão nem à pessoa de cada um mas à instituição justiça, para dizer que a justiça dos homens tem como seu grande e principal fundamento, para grande parte de seus agentes, a mentira.
A justiça dos homens, tida como a provedora da igualdade, para grande parte de seus agentes tem como fundamento a mentira ao ter por princípio que o homem não tem obrigação de dizer qualquer coisa que concorra para sua condenação, ainda que para tal tenha que mentir, não havendo castigo para tal.
A instância máxima de nossa justiça, da qual esperamos o provimento da igualdade, vem premiando com o instrumento de “habeas-corpus” indivíduos sob suspeita que vem depor como testemunha em tribunais e CPIs, desobrigando-os de dizer a verdade bem como até de responder às inquirições, institucionalizando assim também a descaracterização do crime de falso testemunho.
A defensoria pública, tentáculo da justiça, criada também para promover a igualdade, sob o argumento de que nenhum cidadão pode ser julgado sem que tenha um defensor, não tem conseguido sequer tirar da cadeia presos que já cumpriram suas penas !!!
A justiça dos homens, pretensa promotora da igualdade, tem seu código de leis feito pelo congresso nacional, cuja qualificação dispensa comentários.
O indivíduo que tem recursos pode contratar um bom advogado, montar sua defesa inventada, muitas vezes com base em mentiras, se utilizar de todos os meandros das leis que já são feitas corporativamente com os meandros que interessam, enquanto que aquele que precisa se utilizar da defensoria pública é servido por um advogado que na grande maioria das vezes lê pela primeira vez seu processo, no momento da audiência.
Ainda há pouco tempo, pudemos ver em vários canais de televisão um advogado fazendo apologia à defesa de sua cliente, que não tinha grandes recursos para pagar seus honorários mas que o caso lhe traria grande notoriedade.
Falo daquela mulher que confessou o delito de ter colocado o filho recém-nascido dentro de um saco de lixo e de ter jogado no rio, cujo advogado a defendia com o argumento de que a cliente fizera aquilo num momento em que teve um lapso de crise mental.
A crise mental a livraria da culpa e do dolo e por ser um lapso, ou seja, um segundo antes de cometer o ato ela era normal e um segundo depois também, ela se livraria do manicômio.

Assim, caro leitor, quando falamos em igualdade precisamos nos cercar de grande cuidado para que em nome da igualdade não estejamos promovendo a desigualdade, em nome da justiça, não estejamos promovendo a injustiça, em nome da caridade não estejamos promovendo a vadiagem. Precisamos prover cada pessoa com aquilo que ela necessita e precisamos ter a mais absoluta consciência de que duas pessoas que apresentam as mesmas causas de problemas não precisam, necessariamente de atitudes iguais para serem aliviadas.
Era só, para o momento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário